Por Graziella Castilho*

Quem me conhece sabe que, há quase 10 anos, comecei a me dedicar ao trabalho voluntário. O primeiro impulso veio da necessidade que eu tinha de devolver ao universo tudo o que havia conquistado até aquele momento da minha vida profissional. E mais: sentia uma enorme vontade de fazer algo dedicado para agradecer pelos meus três filhos. Foi quando conheci a ONG JA Rio de Janeiro e simplesmente me encontrei como voluntária. Serei sempre grata a minha amiga Mariana Carvalho por ter me dado esta oportunidade de vida.

Comecei no programa Miniempresa, o mais antigo da organização, aplicado em diversos países e traduzido para mais de 30 idiomas. Nele, os jovens são desafiados a criar uma empresa e produzir uma mercadoria que deve ser fabricada em uma linha de produção dentro da escola. Como voluntária, fui desafiada, questionada, colocada à prova. Muitas vezes, precisei pensar fora da caixa para ajudá-los a enfrentar os problemas que eu, enquanto empresária, também passei – mas, nem por isso, tinha uma resposta pronta. Um verdadeiro ganha-ganha de conhecimento, solidariedade, compartilhamento e, o mais interessante, de troca de experiências e anseios.

Todos temos algo a doar

Atualmente, estou bastante envolvida com diversos temas ligados ao terceiro setor. Além de ser presidente voluntária da JA Rio de Janeiro, faço parte do Conselho de outras duas organizações e fomento a educação igualitária o tempo todo. Mas, afinal, o que tanto mudou na minha vida? O meu olhar pelo outro. Por isso, me proponho a apoiar toda causa que eu possa contribuir de alguma maneira.

Faz parte do meu DNA unir pessoas, criar conexões, fomentar oportunidades. Agora, no entanto, meu olhar está mais aguçado para o bem. Não sou melhor que ninguém, mas sei e acredito na lei do retorno e no poder do trabalho voluntário. Todos temos algo a doar: uma palavra, um abraço, um sorriso, algo que não precisamos, recurso financeiro e tudo mais que alguém ou alguma instituição necessite. Dinheiro, enquanto doação, salva vidas, sim; beijos, abraços e afeto, também.

Graziella Castilho (à frente e ao centro), em meio a alunos e voluntários durante o Innovation Camp – Bem Petrópolis, realizado em 2022 em parceria com a Ancar Ivanhoe

Ainda não experimentou a sensação de fazer um trabalho voluntário? Convido você a viver esta experiência com algo que lhe dê muito prazer. Garanto que voltará para casa com o sentimento de que ganhou mais do que doou. Provavelmente, tal satisfação fará você ser uma pessoa voluntária assídua dali para frente. Não precisa ser algo grandioso, que impacte milhares de pessoas. Se conseguir ajudar uma pessoa ou mesmo uma pequena causa já será uma grande contribuição. O fundamental é fazer despertar em todos o desejo de doar, de se voluntariar, trocar e compartilhar.

Afinal, a nossa vida se transforma quando mudamos a vida de alguém!

* Formada em Administração de Empresas pela Universidade Veiga de Almeida, Graziella Castilho é presidente voluntária da JA Rio de Janeiro e sócia-fundadora da Soul Corretora de Seguros. Possui ampla experiência nas áreas de atendimento, eventos e vendas, tendo atuado em empresas como Rio Palace Hotel, Rede Luxor, Hotel Intercontinental, Madureira Shopping, Rio Sul, Center Shopping, West Shopping e Norte Shopping – nestes últimos, na área comercial. Em 2015, a também consultora iniciou como voluntária na JA Rio de Janeiro, atuando em sala de aula pelo programa Miniempresa. Em 2017, passou a ser conselheira e, desde 2019, ocupa a posição de presidente da organização.