Por Ludmilla Carvalho*

Quando se é jovem, pensar em inserção no mercado de trabalho pode ser uma tarefa complicada. Ao mesmo tempo que sobra disposição para iniciar essa jornada, a falta de experiência formal é uma verdadeira barreira a ser enfrentada pelos candidatos às vagas. Afinal, se o currículo é o documento que resume a formação profissional de uma pessoa, como construí-lo sem ter formação profissional?!

Antes de qualquer coisa, é importante entender o conceito de habilidades transferíveis – as transferable skills (em inglês) são capacidades que foram adquiridas por você em diferentes áreas da vida, como na escola ou em relações familiares, e podem ser aplicadas em contextos distintos. Assim, é importante se atentar à seguinte questão: “Quais competências eu aprendi ou posso aprender em outros cenários que podem ser aplicadas à minha trajetória profissional?”.

Com isso em mente, elaborei um manual com um compilado de orientações básicas que me auxiliaram a conquistar o tão almejado primeiro emprego. Mesmo com todas as dificuldades, como a falta de experiência profissional formal e cursando o 1º período de Ciências Sociais, um curso reconhecido como pouco absorvido pelo mercado de trabalho, as estratégias a seguir me ajudaram a iniciar minha vida profissional em uma grande empresa. Espero que sejam úteis para quem passa por uma situação parecida!

1 – Atividades extracurriculares

Citar a participação em atividades extracurriculares é uma forma de tornar o seu primeiro currículo mais robusto. Ser representante de turma, integrar comissão de formatura, grupos de pesquisa, clubes de debates e participar de programas da JA Rio de Janeiro são atividades que demonstram habilidades como proatividade e comprometimento. Além da importância de enumerar essas atividades no currículo, elas são enriquecedoras: um ótimo recurso para expandir os horizontes e explorar novas áreas na decisão de qual carreira seguir.

Se doar em prol de uma causa também externaliza um forte senso de responsabilidade social e preocupação com o bem estar coletivo

Por exemplo, a partir da sua facilidade em matemática e interesse em finanças, você se interessou por alguma atividade proposta pela escola. Essa experiência é capaz de agregar muitos conhecimentos práticos da área, tornando seu currículo mais competitivo se você pretende ingressar nesse setor. Ou, ao agarrar essa oportunidade, você pode perceber que talvez essa área não seja um “fit” tão perfeito como imaginado, podendo ganhar mais tempo para pesquisar sobre outras áreas.

2 – Formação complementar

Não há como voltar atrás: nosso mundo é cada vez mais virtual e conectado à internet! Assim, o acesso gratuito a cursos e formações é cada vez mais amplo, rápido e prático. Que tal aproveitar e mergulhar no universo das formações on-line? Ficar por dentro das tendências e inovações em sua área de interesse não só agrega à sua qualificação para possíveis funções futuras, como também é uma maneira de demonstrar seu entusiasmo e curiosidade – afinal, qual organização não gostaria de um colaborador ávido e disposto a aplicar todo o seu conhecimento na prática?

plataforma Inspira JA é a minha queridinha nesse aspecto: de forma 100% on-line e gratuita, você tem acesso a um catálogo repleto de formações sobre empreendedorismo, mercado de trabalho, tecnologia e muitos outros. Nela, você pode obter um certificado enquanto aprende se divertindo.

3 – Interesses e hobbies

Os hobbies e interesses podem desempenhar um papel essencial no desenvolvimento profissional de uma pessoa – principalmente para desenvolver as chamadas soft skills, tão faladas no mundo do trabalho na atualidade.

A prática de artes marciais, por exemplo, exige o autocontrole e a resiliência de se recuperar diante dos momentos mais difíceis, enquanto a pintura fomenta, de forma mais direta, competências como a paciência e a criatividade. No mais, os hobbies são excelentes ferramentas para fortalecer a saúde mental, ajudando a aliviar o estresse e a ansiedade, o que pode incrementar a qualidade de vida e, por conseguinte, a qualidade do trabalho.

4 – Trabalho voluntário

O voluntariado pode ser uma ótima maneira de exercitar a empatia. A conexão com pessoas de diferentes origens, níveis sociais e experiências propiciada pelas atividades de voluntariado ampliam o nosso horizonte e ensinam muito sobre a importância do respeito a diferentes perspectivas. No mais, essa extensa rede de relações entre pessoas, pode se tornar também uma rede de contatos profissionais, capaz de expandir as oportunidades de carreira.

Se doar em prol de uma causa também externaliza um forte senso de responsabilidade social e preocupação com o bem estar coletivo, pontos cada vez mais avaliados pelas empresas ao recrutarem pessoas. Mas, atenção: o networking não deve ser o objetivo principal da sua ação como voluntário! É importante ter uma legítima preocupação com a causa e um desejo genuíno de transformação na sociedade.

É como disse Pierre Bourdieu: “As ações individuais são como peças de um quebra-cabeça social. Cada ação, por menor que seja, faz diferença e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.” Se você acha importante inspirar pessoas através da educação e gosta da ideia de levar formações sobre empreendedorismo, educação financeira e mercado de trabalho a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, a JA Rio de Janeiro é o lugar certo para você!

Que tal se tornar uma peça chave no quebra-cabeça social de Bourdieu e colocar essas dicas em prática através do nosso mundo de possibilidades?

 

* Ludmilla Carvalho é estudante de Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense e estagiária de Projetos na JA Rio de Janeiro, com experiência em Docência de Ciências Humanas no Ensino Básico, gestão de projetos pedagógicos, produção de material didático nas áreas de Sociologia e Filosofia e análise de dados quantitativos. Apaixonada pelo universo da Sociologia e da Educação, tem interesse principal na aplicação da cultura negra e periférica como ferramenta pedagógica e em seu uso para a construção de políticas públicas educacionais. Além disso tem vasta vivência como professora voluntária em cursos pré-universitários destinados a jovens e adultos em vulnerabilidade social.