Por Aline Lima*
Quando comecei a estudar sobre a crise climática, passei a me perguntar o seguinte: como é possível admitir a ideia de que quem mais sofre as consequências dessa crise sequer sabe que ela existe? Por consequência, essas pessoas também não sabem como se defender e quem cobrar por tamanha injustiça.
Sabemos que a crise climática é um dos maiores desafios que enfrentamos atualmente. O aumento da emissão de gases de efeito estufa tem causado danos irreversíveis ao nosso planeta. Se não agirmos, teremos um aumento cada vez mais perceptível da desigualdade social, da falta de acesso a uma alimentação mais saudável, da frequência de chuvas fortes, que resultam em inundações e deslizamentos de terra, entre tantas outras consequências negativas.
Precisamos preparar as futuras gerações para o enfrentamento da crise climática
A frase acima é o que mais lemos e escutamos quando o assunto é crise climática. Afinal, por mais que as consequências da crise já estejam mais do que visíveis, sabemos que ela vai piorar cada vez mais. E as futuras gerações são as que mais irão sofrer as consequências.
É justo que a parcela da população mais afetada por ela não tenha acesso a essas informações e, assim, não possam se preparar para enfrentar a crise climática? Para mim não parecia justo. Por isso, comecei a fazer trabalhos voluntários junto a ONGs que levam educação ambiental para as escolas.
Diante dessa realidade preocupante em que vivemos, a Educação Ambiental nas escolas se torna uma ferramenta fundamental para conscientizar os jovens sobre a importância de preservar o meio ambiente. Principalmente aqueles mais afetados pelas mudanças climáticas.
Hoje, trabalhando na JA Rio de Janeiro, consigo chegar cada vez mais até esses jovens por meio dos programas de educação ambiental que temos, como “Negócios Sustentáveis” e “Empreendedores Climáticos”. Assim, consigo contribuir de alguma forma na educação e conscientização ambiental de adolescentes e jovens da rede pública de ensino.
Esses programas proporcionam conhecimentos sobre os impactos das ações humanas no clima, ensinam sobre a importância da conservação das nossas florestas, mares e oceanos. Além disso, abordam o consumo consciente e a adoção de práticas sustentáveis, como separação dos resíduos, economia circular, reciclagem etc.
Ao compreenderem esses conceitos, os jovens podem se tornar agentes de mudança, adotando medidas individuais e coletivas para reduzir o impacto negativo no ambiente, além de cobrarem das empresas e governos, atitudes pela nossa cidade e país. Afinal, precisamos cada vez mais pensar globalmente e agir localmente.
A escola desempenha um papel fundamental na formação cidadã. Por meio da parceria da JA Rio de Janeiro com a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, posso ver de perto a transformação que essas experiências práticas e teóricas, aplicadas em escolas, têm na vida dos alunos. Afinal, elas estimulam a reflexão e a busca por soluções inovadoras.
Em 2022, com o Projeto Trilha Empreendedora, por meio do qual aplicamos o programa Empreendedores Climáticos para os alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, recebemos um retorno bastante positivo da professora Cíntia Barbosa, do CIEP 312 Raul Ryff, em Paciência, no Rio de Janeiro, durante o qual seus alunos confeccionaram canteiros de ervas medicinais montaram composteiras com caixotes de feira e resíduos do refeitório, elaboraram cartazes sobre coleta seletiva do lixo, realizaram mutirão de limpeza do quintal do colégio e realizaram a separação dos lixos das salas de aula. Isso só me confirma o quanto a educação ambiental nas escolas prepara os jovens para enfrentarem os desafios do presente e do futuro.
Portanto, é essencial que a educação ambiental seja incluída no currículo escolar de forma abrangente e contínua. Os jovens têm o direito de receber informações claras e confiáveis sobre a crise climática e suas consequências, compreendendo toda a complexidade envolvida nesse tema.
Com a conscientização e o engajamento de todos, podemos enfrentar essa crise global e construir um futuro mais sustentável para as próximas gerações. E você, como tem agido no enfrentamento da crise climática? Faça parte da JA doando tempo, conhecimento e recursos financeiros. Ajude-nos a alcançar cada vez mais pessoas para juntas e juntos impulsionarmos ainda mais futuros!
* Aline Lima é graduada em Publicidade e Propaganda pela ESPM e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Universidade Estácio de Sá. Atualmente, é analista de Projetos na JA Rio de Janeiro, onde conseguiu unir duas de suas paixões: Sustentabilidade e Educação.