Após demissão, participante de programa da JA Rio de Janeiro se torna microempresária e passa a inspirar outras mulheres
Hoje vamos contar a história de Marcela Perez, de 44 anos, mãe de duas filhas (uma de 23 e outra de 14) e moradora de Santa Cruz, na Zona Oeste carioca. Após ser demitida e retornar ao mesmo trabalho, começou a construir uma certeza em seu coração: ao invés de ser colaboradora, gostaria de ter seu próprio negócio.
“Resolvi empreender após toda a equipe de vendas ser demitida e gastei toda a minha rescisão para alcançar esse objetivo. Na primeira dificuldade, parei e voltei para a mesma concessionária que me demitiu, mas lá, ficava pensando que, enquanto eu vendia para o meu chefe, eu poderia vender para mim. E daí, foquei no meu negócio”, explica Marcela.
Hoje, a carioca é fundadora da Bendita Máquina Bordados Eletrônicos. O feito foi materializado após ingressar na edição 2022 do programa “Mulheres Empreendedoras”, realizado pela JA Rio de Janeiro em parceria com a Gerdau. Voltada para o público feminino acima de 16 anos, o projeto gratuito acontece de forma híbrida (online e presencial) e tem como foco apoiar mulheres que já tenham um negócio, a ideia de um negócio ou se interessem por empreendedorismo e queiram aprender mais sobre esse universo.
Conheça os programas realizados pela JA Rio de Janeiro
“Participar do projeto me esclareceu bastante coisa, principalmente na área financeira. Me impulsionou a olhar com mais atenção para esse setor, definir metas e estratégias. Gostei muito dos cálculos para estabelecer metas de lucros e da troca de experiências. Na pandemia, mudei meu público-alvo e foquei em uniformes. E deu tão certo que até contratei uma funcionária. Hoje, tenho ela e minha filha mais velha, que também trabalha na loja. Trabalhamos com uniformes, toalhas e jalecos personalizados para faculdades e cursos, tudo com a logomarca do nosso cliente bordado. Adquiri mais uma máquina e tenho duas salas comerciais, uma para atendimento e outra para produção”, explica a empreendedora.
Levantamento do Sebrae, realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), confirmam que os passos de Marcela estão sendo trilhados na mesma direção dessa tendência de mercado. Os dados do estudo revelam que, após recuar para um total de 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de um negócio no país, encerrou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões. O resultado é o mesmo registrado no último trimestre de 2019, pré-pandemia.
Empoderamento feminino e sonhos potencializados
Para a diretora-executiva da JA Rio de Janeiro, Renata Guimarães, mais do que envolver, na prática, mulheres no universo do empreendedorismo, o programa se tornou uma ferramenta de empoderamento:
“O maior impacto do Mulheres Empreendedoras é o fato delas entenderem que são capazes de ter um negócio de sucesso. Esse programa traz em seu conteúdo as ferramentas que essas mulheres precisam para fomentar esse espírito empreendedor dentro delas próprias. Com um cenário majoritariamente masculino, muitas vezes faltam espaços para as mulheres mostrarem seu real talento e potencial dentro do mundo dos negócios”, ressalta a executiva.
A última edição do programa foi realizada no último mês de outubro, em parceria com a Gerdau. As aplicações ocorreram semanalmente na FAETEC – Santa Cruz, reunindo 30 mulheres e 8 pessoas voluntárias, que contribuíram com o desenvolvimento pessoal e profissional das participantes. A última aplicação do Mulheres Empreendedoras aconteceu na sede da empresa, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
“O programa visa mostrar para a mulher que o lugar dela é onde ela quiser. Além de potencializar sonhos e saberes dessas mulheres e impactar não somente ela, mas sua família que, em alguns casos, depende apenas dela para conseguir sobreviver. É um programa que toca em muitas vertentes e gera diversos benefícios para a sociedade”, acredita Michele França, coordenadora de Projetos na JA Rio de Janeiro.
Inspiração compartilhada
Sobre os próximos passos como empreendedora, o único caminho que Marcela Perez enxerga é o crescimento, impulsionado pelo conhecimento aprendido no programa:
“Com certeza, meu negócio tende a crescer, pois o que aprendi no programa me agregou muito conhecimento, me impulsionou a criar meu curso de programação de matrizes que estava nos planos, mas não saía do papel, ou seja, me incentivou a abrir um negócio dentro do meu próprio negócio, sendo do mesmo nicho, e isso me faz muito feliz”, celebra.
Além de já ter concretizado a expansão dos negócios, Marcela descobriu uma nova vocação: palestrar – e, consequentemente, inspirar outras histórias de sucesso por meio do empreendedorismo.
“Em setembro último, fiz uma palestra para cerca de 30 mulheres empreendedoras de um condomínio, em Campo Grande. Foi uma experiência incrível, fiz quase um currículo. Hoje, estou montando um curso para outras mulheres que estão começando no bordado. E o conselho que daria é: estude o seu negócio, se aprofunde nele, escolha um nicho. Se cair, levante, acredite! Desistir não é uma opção”, finaliza a empreendedora.